O Ibovespa ultrapassou a importante marca de 52 mil pontos e está gerando euforia nos investidores brasileiros. Gente que nunca ousou aplicar em renda variável começa a se interessar. Há muitas informações sobre esse investimento espalhadas como num quebra-cabeça. Hoje, respondo a algumas perguntas básicas que freqüentemente recebo sobre o tema.
1) O que significa comprar uma ação?
Significa comprar parte de uma empresa. O acionista é um sócio da empresa. Ele investe dinheiro e adquire uma parte do capital da companhia. Dali para a frente, vai receber uma participação nos lucros do negócio.
Alguns acionistas detêm o controle da companhia. Outros, os minoritários, ficam distantes do comando no dia-a-dia e, mesmo assim, apostam no futuro da empresa. O ganho do acionista pode vir através do aumento do preço da ação no mercado ou por meio de dividendos e de juros sobre o capital próprio, que algumas companhias preferem pagar.
Detalhe muito importante: ao contrário da renda fixa, ninguém consegue prever exatamente qual será o resultado de um investimento em ações. Por isso, ele é chamado de investimento em renda variável. É um mercado de risco. Dá para ganhar muito e dá para perder bastante.
2) O que vem a ser o Ibovespa e por que ele é medido em pontos?
O Índice da Bolsa de São Paulo (Ibovespa) reflete o valor de um conjunto de ações muito negociadas no mercado. Para fazer parte do índice, a regra do jogo é liquidez. Quanto mais a ação for negociada, maior será seu peso no índice.
Petrobras, Vale do Rio Doce, Usiminas, Bradesco e Telemar são as empresas com maior destaque no Ibovespa de hoje. Três vezes ao ano, esse conjunto de ações é rebalanceado, ou seja, os pesos são alterados. Novas ações são incluídas e antigos papéis que saem de moda são cortados do conjunto. Tudo é feito com base na liquidez do papel, isto é, no volume de negócios feitos com aquela determinada ação nos últimos meses.
O Ibovespa foi lançado em janeiro de 1968. Colocou-se como base o número 100. De lá para cá, tivemos inflação, várias moedas e corte de zeros. Hoje, o valor de referência está em 50 mil pontos. Mais importante do que o número absoluto de pontos é sua variação dentro de algum intervalo de tempo.
3) Como é que se investe em ações?
Alternativa A: através de fundos de ações em agências bancárias. Procure os fundos bem diversificados e não pague mais do que 2% ao ano de taxa de administração. Fuja da maioria dos fundos que cobram 4% a.a. de taxa; do contrário, você vai perder grande parte do lucro no longo prazo.
Alternativa B: peça para o gerente de banco migrar seu fundo de previdência conservador para outro mais agressivo, que invista até 49% do capital em ações. Gosto desse veículo porque um fundo de previdência é, por natureza, um investimento de longo prazo. Ele combina bem com ações. Se no meio do caminho acontecer alguma crise, mantenha a calma e continue a fazer os depósitos normalmente. Depois de alguns anos, os mercados tendem a se recuperar e o investidor a longo prazo sai vencedor.
Alternativa C: abra uma conta numa corretora de ações. Descubra o telefone e o endereço de todas elas no site da Bovespa. É muito fácil. Vale a pena abrir uma conta em corretoras para ter à disposição bons produtos que dificilmente chegam às agências bancárias.
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