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terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Brasil em segundo plano

No dia 4 de dezembro de 2006, publiquei o post "O drama dos executivos".

Ontem, pouco mais de 8 meses, o Valor publicou: "EDP reclama da falta de projetos no Brasil - Com caixa recheado e disposto a investir US$ 1 bilhão em geração, grupo põe o país em segundo plano".

A matéria conta o drama do presidente da Energias do Brasil, António Martins da Costa, um dos maiores executivos do setor no mundo. A empresa tem R$ 1,2 bilhão em caixa e condições de alavancagem para investir até US$ 1 bilhão.

A incerteza do ambiente de negócios, a falta de projetos, a falta de regulamentação etc etc etc estão descasadas com as exigências do capital financeiro que o presidente Lula quer tanto atrair para o seu PAC.

Se o governo continuar ignorando o caráter 'impaciente', como define Anthony Giddens, do capital financeiro, será difícil chegar a um mapa do estrangulamento dos investimentos no país, como deseja o presidente Lula.

"Há dois anos estamos aguardando para investir com o dinheiro em caixa. Agora, ou arranjo oportunidades de investimentos ou terei de aumentar a distribuição do lucro aos acionistas, que poderão buscar outros ativos em outros lugares", afirma Costa.

E mais: "É difícil explicar ao acionista que o único projeto disponível no país é de longo prazo (Rio Madeira), ainda mais com uma carteira inexistente para ativos que são o nosso foco de mais rápido retorno."

A Energias do Brasil abriu o capital em 2005. Ou seja, financiou-se no mercado interno, como está ocorrendo - ainda bem - com cada vez mais empresas que entram na onda do 'você já fez o seu IPO hoje?'

Isso é bom. Reduz o peso do financiamento - um tradicional,crônico, histórico estorvo ao crescimento da economia brasileira, que agora começamos a vencer com o amadurecimento do mercado de capitais.

No entanto, de nada adiantará - e isso conta com o sacrifício do trabalhador, obrigado a oferecer o retorno ao investimento - se os dividendos escorrerem pelo ralo da desorganização da economia institucional.

Em tempo: a EDP decidiu investir mais nos Estados Unidos. Martins Costa, agora, passa 20 dias lá e apenas 10 aqui a cada mês.

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