Quem vai investir no Brasil?

Num país como o Brasil, ninguém pode ser contra políticas sociais sob pena de parecer lunático. No governo militar, lembremo, Delfim Netto (ele nega) defendia o crescimento do bolo antes mesmo de servir o primeiro pedaço. Nos governos da fase de redemocratização, sem exceção, nunca houve festa para distribuir guloseimas.

Este foi o preço a pagar por políticas dos anos 30, 40 e 50. A bolha estourou nos anos 60,70, 80 e praticamente metade dos 90.

É louvável a vertente social do governo Lula. Mas ao oferecer, com a outra mão, um ambiente instável no longo prazo, a deterioração das instituições políticas e do ambiente privado, o presidente pinta aquilo que seria um cenário colorido de cores turvas.

Como Getúlio Vargas e JK, Lula deixará uma triste herança: a conta a pagar. O crescimento das políticas sociais, no atual estágio da economia brasileira, poderia ser perfeitamente sustentável se o governo fortalecesse o ambiente de negócios, oferecesse legislação, segurança jurídica e tributação viável - pilares do modelo que o PT abraçou. Sem servir este menu com uma das mãos, nada adianta oferecer um prato supostamente saudável com a outra.

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