O Copom está reunido hoje para determinar a nova taxa Selic. As opiniões estão divididas quanto à manutenção da atual taxa de juros, ou queda de 0,25%.
Pelo histórico do Copom, o mais provável é a manutenção da taxa, mas estarão incorrendo em um erro de formulação econômica grave.
Ao manter a taxa em 11,25%, o argumento será de que alguns preços livres no mercado estão apresentando inflação, particularmente os alimentos, o que é verdade. Colocarão na ata da reunião que o preço do petróleo no mercado internacional preocupa.
Mas ao fazerem isso, esquecerão que os EUA acabam de diminuir sua taxa em 0,25% para dar mais liquidez ao mercado de capitais. Com isso, tivemos mais superávit de dólar aqui no Brasil, fazendo com que o dólar beirasse R$ 1,80.
Além disso, muito dinheiro continua entrando atrás de títulos públicos, pois a taxa está muito acima do “retorno exigido” pelo mercado por títulos brasileiros. O risco-Brasil está por volta de 200 pontos, isso significa uma taxa de retorno exigida lá fora por volta de 7%. Com a inflação excedente em relação à média dos países desenvolvidos de 1,5%, bastava 8,5% ou 9,0% para a Selic se tornar atrativa. Vamos arredondar para 10%, para ser bem parcimonioso.
O erro está em acreditar que taxa de juros mais alta em 0,25% vai equacionar os problemas sazonais que estamos tendo com a inflação de alimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário