O livro de Alan Greenspan, A Era da Turbulência (editora Campus), é obrigatório. Ali se encontra, primeiro, um relato do “maestro”, como ficou conhecido no mercado, dos seus 18 anos de presidente do Federal Reserve, Fed, o mais importante banco central do mundo. Só por isso, já seria fundamental.
Entre outras coisas, o leitor sai com excelente informação sobre como o Fed toma suas decisões. Aliás, hoje, às 16 e 15hs, horário de Brasília, o Fed anuncia mais uma decisão, o provável (esperado, ao menos) corte de 0,25 na taxa básica de juros, reduzindo-a para 4,5%.
E, olha, o livro de Greenspan é tranquilizador nesse aspecto. Mostra o impressionante sistema de informação colocado à disposição dos membros do comitê de política monetária. Vai desde detalhadas e ricas análises teóricas, até dados exaustivos sobre a economia real, americana e mundial, e, finalmente, informações pessoais, digamos assim, números e impressões de última hora.
Por exemplo: o presidente do Wal Mart liga para o presidente do Fed e diz que as vendas tiveram queda inesperada nos últimos dois dias. O pessoal da BC japonês avisa que ainda não sabe por que, mas sabe que os bancos de Tóquio suspenderam negócios com o mercado financeiro da Coréia, ali ao lado. Um outro informante relata que sumiu o cimento no Meio Oeste.
Tem-se a impressão de que o Fed sabe de tudo. Ou melhor, de tudo, não, pois o próprio Greenspan relata surpresas com as quais topou. Mas certamente o Fed, com dois mil economistas de primeiro time (dois mil!) e sua rede auxiliar, sabe muito mais do que todos os outros participantes do mercado.
Só por isso, o livro já seria sensacional. Mas há muito mais. Os relatos sobre as grandes crises econômicas e financeiras – e como os governos e instituições monetárias as administraram – são imperdíveis. Mostra que há muito mais coordenação entre os principais bancos centrais do que se imagina.
E, finalmente, Greenspan apresenta suas reflexões sobre os grandes temas da economia mundial: o ressurgimento do capitalismo de mercado, seus avanços e problemas, inclusive a questão da riqueza, pobreza e desigualdade, o peso da educação no mundo moderno, o efeito China, o futuro da China, perspectivas para o mundo – e assim vai.
Aprendizado de primeira. E diversão, também, garanto, pelo relato de experiências pessoais. Por exemplo: diz que precisou pedir sua mulher, Andrea, em casamento por três vezes. Nas duas primeiras, ela não entendeu. Ele falava no jargão do Fed. E na primeira vez que a convidou para ir a seu apartamento, depois de um jantar, disse que ela precisava ver lá um sensacional texto sobre .... monopólios no mercado de aço. Ela foi.
Blog do Sardenberg
Entre outras coisas, o leitor sai com excelente informação sobre como o Fed toma suas decisões. Aliás, hoje, às 16 e 15hs, horário de Brasília, o Fed anuncia mais uma decisão, o provável (esperado, ao menos) corte de 0,25 na taxa básica de juros, reduzindo-a para 4,5%.
E, olha, o livro de Greenspan é tranquilizador nesse aspecto. Mostra o impressionante sistema de informação colocado à disposição dos membros do comitê de política monetária. Vai desde detalhadas e ricas análises teóricas, até dados exaustivos sobre a economia real, americana e mundial, e, finalmente, informações pessoais, digamos assim, números e impressões de última hora.
Por exemplo: o presidente do Wal Mart liga para o presidente do Fed e diz que as vendas tiveram queda inesperada nos últimos dois dias. O pessoal da BC japonês avisa que ainda não sabe por que, mas sabe que os bancos de Tóquio suspenderam negócios com o mercado financeiro da Coréia, ali ao lado. Um outro informante relata que sumiu o cimento no Meio Oeste.
Tem-se a impressão de que o Fed sabe de tudo. Ou melhor, de tudo, não, pois o próprio Greenspan relata surpresas com as quais topou. Mas certamente o Fed, com dois mil economistas de primeiro time (dois mil!) e sua rede auxiliar, sabe muito mais do que todos os outros participantes do mercado.
Só por isso, o livro já seria sensacional. Mas há muito mais. Os relatos sobre as grandes crises econômicas e financeiras – e como os governos e instituições monetárias as administraram – são imperdíveis. Mostra que há muito mais coordenação entre os principais bancos centrais do que se imagina.
E, finalmente, Greenspan apresenta suas reflexões sobre os grandes temas da economia mundial: o ressurgimento do capitalismo de mercado, seus avanços e problemas, inclusive a questão da riqueza, pobreza e desigualdade, o peso da educação no mundo moderno, o efeito China, o futuro da China, perspectivas para o mundo – e assim vai.
Aprendizado de primeira. E diversão, também, garanto, pelo relato de experiências pessoais. Por exemplo: diz que precisou pedir sua mulher, Andrea, em casamento por três vezes. Nas duas primeiras, ela não entendeu. Ele falava no jargão do Fed. E na primeira vez que a convidou para ir a seu apartamento, depois de um jantar, disse que ela precisava ver lá um sensacional texto sobre .... monopólios no mercado de aço. Ela foi.
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