Crise externa
Aqui já tinhamos registrado que outubro e novembro seriam meses em que a crise chegaria aos balanços dos bancos. E foi o que aconteceu com Merrill Lynch, Citibank, Goldman Sachs.
Hoje o Deutsche Bank está divulgando o cálculo de que as perdas totais dos bancos com a crise das hipotecas de alto risco ( o sub prime) pode chegar a US$ 400 bilhões e isto é o mesmo número que estava num relatório divulgado recentemente pelo Congresso americano. Toda essa perda terá que ser posta nos balanços dos bancos e vai gerar períodos de instabilidade.-Nós ainda não saímos da selva - disse um dos analistas do banco alemão.
- E nós na selva? Estamos bem, felizmente. O Brasil está num bom momento econômico, não há sinal de qualquer tipo de que os bancos brasileiros, nem mesmos os bancos estrangeiros instalados aqui tenham problema. Além disso, os dados macroeconômicos são muito bons, o Brasil vem passando muito bem pela crise. O economista Ian Goldfajn usa uma boa expressão para explicar isso:
-O Brasil e outros países emergentes têm sido visto como um refúgio pelos investidores.
Isso significa que está tudo dominado? Não, ainda não. Nenhum país está a salvo de uma crise nas economias centrais, de uma crise de crédito global e de uma recessão americana. Por enquanto, no entanto, a economia americana não está indo para a recessão, e a crise tem afetado duramente alguns grandes bancos mas não se generalizou. Os próximos dois anos serão consumidos por estes bancos atingidos para digerir todo o estrago do crédito concedido de forma descontrolada e com um falho controle das agencias de risco a pagadores duvidosos. O cenário externo não é mais tão bom quanto foi nos últimos cinco anos, em compensação o Brasil está melhor do que já esteve em crises passadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário