Plus500

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Como Schelling explica Chávez

A derrota de Hugo Chávez na última semana trouxe à tona desabafos diversos. Muitos de seus críticos chegaram a saudá-lo e até mesmo afirmaram que a democracia prevalecente na Venezuela tem muito a ensinar àquela dos Estados Unidos. Um exagero, obviamente. De todas as reportagens que li a respeito de tal episódio, nenhuma encarou a vitória da oposição como pura estratégia política. Não sei se isso reflete ingenuidade minha ou deles. Provavelmente minha, mas, mesmo assim, não deixarei de dar minha opinião sobre o ocorrido.

Nos últimos meses, a imprensa internacional começou a dar uma importância muito grande para esse país sul-americano, antes visto como um pequeno foco de rebeldia, sem nenhum potencial para a eclosão de uma revolução imbecialista. No entanto, ao mesmo tempo que o presidente Chávez conseguia o que queria, a preocupação aumentava, a atenção se focava e as críticas ao aspecto autoritário do governo venezuelano começaram a prevalecer. Jornais e revistas de todo o mundo traziam em seus editoriais críticas severas à maneira de Chavista de governar. Percebendo que estava por irritar as potências mundiais de maneira tal que o controle começava a fugir de suas mãos, o presidente da Venezuela teria que dar um tiro nas próprias pernas.

Mesmo que o resultado das urnas representasse uma derrota política no curto prazo, é bem possível - e provável - que no longo prazo isso venha a gerar frutos para o plano de Hugo Chávez de implementar o imbecialismo do século XXI. De maneira breve, o que quero dizer é que ao perder nas urnas, o presidente pode agora atacar as críticas de manipulação de eleições e de autoritarismo político. Pura teoria dos jogos a la Schelling! Se, daqui alguns meses, o governo venezuelano vencer na contagem de votos, Chávez poderá muito bem falar: "agora que perderam, por que não se calam?".

Rabiscos Econômicos

Nenhum comentário: