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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Falando sobre a crise. Cautelosamente, claro


Nada mais tedioso e óbvio do que declarações de economistas de bancos centrais e organismos multilaterais. Como tudo o que essas instituições dizem é potencialmente explosivo, qualquer pronunciamento é profundamente técnico, neutro e o minimamente alarmista possível. Por isso, é bom prestar atenção às declarações mais recentes.

- Na madrugada de hoje, o Banco do Japão, autoridade monetária japonesa, informou que manteve os juros inalterados em 0,5% ao ano porque o ritmo de crescimento da economia "parece estar desacelerando" devido à queda no setor imobiliário local. O pronunciamento veio um dia depois de o governo japonês ter anunciado que espera um crescimento de 1,3% em 2008, abaixo dos 2,1% previstos anteriormente. Esse comunicado contrasta com os últimos 17 comunicados mensais, em que o Banco do Japão informa que a economia está "crescendo moderadamente".

- Do outro lado do Mar Amarelo, a China elevou os juros pela sexta vez seguida no ano, tentando conter o superaquecimento de sua economia e a inflação. Os índices de inflação ao consumidor em novembro registraram o maior valor em 11 anos.

- No dia 11 de dezembro, John Lipsky, primeiro vice-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse em uma entrevista ao jornal da casa que espera um crescimento mundial menor em 2008. A economia global deverá crescer 5,2% em 2007 e os prognósticos para 2008 são de 4,8%. "Os riscos para a economia americana são maiores do que se supunha, devido às dificuldades no setor imobiliário e aos problemas no mercado financeiro", disse Lipsky.

Lendo nas entrelinhas, dá para traduzir assim: "as maiores economias do mundo estão com problemas: Estados Unidos e Japão estão crescendo menos, e a China, onde a economia é planificada, deve reduzir seu ritmo porque o governo teme a inflação".

Cuidado, portanto.

Blog do Investidor

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