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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A África, os fertilizantes e Jeffrey Sachs


O nitrogênio é benéfico e importantíssimo para a agricultura. "Não seria possível produzir alimentos para suprir a demanda atual sem ele", afirma Martinelli. Curiosamente, a distribuição do uso do nitrogênio no mundo é muito semelhante à da renda: injusta. Ou seja, enquanto países ricos o usam em excesso e poluem tudo e mais um pouco, na África falta. "Na região, onde o solo é muito pobre devido à falta de nitrogênio, uma família planta milho e mal produz para a sua própria subsistência", diz Martinelli. Isso explica porque o renomado economista Jeffrey Sachs, já alguns anos envolvido em projetos para ajudar a sanar a miséria desse continente, está interessadíssimo no tema. Em outubro, por meio de uma vídeo-conferência, ele participou da Conferência Internacional do Nitrogênio, que teve Martinelli como um dos principais coordenadores e foi realizada na Costa do Sauípe. "Na África, além do nitrogênio ser caríssimo, a distribuição é péssima", diz o professor. "E Sachs está estudando maneiras de melhorar isso". O Brasil também se encaixa no mesmo padrão. Há carência de nitrogênio no Nordeste e áreas que já registram excessos, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Já na China, segundo Martinelli, onde o governo fabrica 99% dos fertilizantes, o uso exagerado do nitrogênio também está causando estragos. "Há dezenas de rios e lagos eutrofizados", afirma Martinelli, que já visitou o país. "O pato mergulha e sai verde da água".

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