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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O assassinato de Benazir e a tragédia do Paquistão

A morte de Benazir Bhuto aumenta a tragédia do Paquistão. O evento dramático mostra que se aprofundaram as divisões internas do país. Além do mais, lá é onde está se reorganizando o grupo terrorista Al Qaeda.

Benazir era figura controversa, que nunca explicou completamente as denúncias de corrupção que envolveram seu governo. De qualquer maneira, era uma líder incontestável do país, foi eleita e reeleita democraticamente e tinha a maioria das intenções de voto nas últimas pesquisas. Provavelmente voltaria ao poder. Foi também a primeira mulher a ser eleita presidente de um país islâmico, quando tinha apenas 34 anos.

O fato mostra também, mais uma vez, o erro da política externa americana de concentrar sua estratégia no Paquistão no apoio ao atual ditador Pervez Musharaff. Ele, claramente, tem sido incapaz de deter o aumento do extremismo e das divisões internas do país.

Recentemente, o Paquistão foi considerado o país mais perigoso do mundo pela revista "Neewsweek". Não se pode negar que essa classificação, por mais arbitrária que seja, tem pontos de verdade.

Em artigo, Benazir criticava postura internacional

Para quem lê em francês, o Le Monde republicou um artigo de Benazir Bhutto, de setembro deste ano. No texto, a ex-primeira-ministra do Paquistão defende que seu país estava num momento-chave de transformação, precisando se afastar de dias de terrorismo e extremismo. Benazir Bhutto chamava a atenção para o fato de que os extremistas religiosos, quando em eleições, conseguiram, no máximo, 11% dos votos. Ela também comenta o golpe militar de 1999 e afirma que "o general Musharraf continua se beneficiando do apoio da comunidade internacional e das forças armadas paquistanesas. Esse apoio não pode passar por cima da vontade da população, que se encontra privada de seus direitos e sem esperança".

O artigo pode ser lido aqui.

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