Plus500

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Os EUA e a tragédia paquistanesa

Robert Fisk, correspondente no Oriente Médio do jornal The Guardian, o melhor da Inglaterra e um dos melhores do mundo, considerado o mais profundo conhecedor da política da região, sempre disse que o grande problema da Ásia não é o Iran e nem o Iraque, é o Paquistão.

O assassinato de Benazir Butto faz parte do contexto de ingovernabilidade nesse pais-potência nuclear.

Benazir era a maior aposta de Washington na região, sua volta foi patrocinada pelos EUA e Inglaterra, ela era a face moderna e ocidentalizada desse complicado País. A Casa Branca esperava de Benazir, em condomínio de poder com Musharaf, o esforço e a determinação para combater o fundamentalismo islâmico que tem no Paquistão sua matriz ideológica através das madrassas, escolas de religião que tem grande força política e influência no governo e nas forças armadas.. A consternação hoje em Washington é a maior desde o 11 de setembro. O The Guardian relata com precisão o abalo que a Casa Branca sofre vendo ruir todos os seus planos para o Paquistão.

Alguns leitores alegam que a CIA está por trás do homem bomba.

Nem o maior delírio de teoria conspiratória seria capaz de semelhante contra-senso. Pois se foram os americanos que bancaram a volta de Benazir para combater os fundamentalistas, que interesse teriam em matá-la? Até a conspiração exige certa lógica de objetivos e ai nesse quadro o objetivo maior da Casa Branca era manter Benazir viva e levá-la ao poder.

Agora a situação no Paquistão é imprevisível.


enviada por Luis Nassif

Nenhum comentário: