Uma semana pesada e dolorida para muitos investidores. Essa é a melhor definição que eu encontro para uma semana de grandes perdas na maioria dos mercados mundiais.
Um pequeno apanhado das principais bolsas:
IBOV | -7,16% |
DOW JONES | -4,02% |
S&P500 | -4,19% |
NASDAQ | -2,58% |
DAX - Alemanha | -3,94% |
FTSE - Inglaterra | -0,65% |
Shanghai Composite - China | 1,38% |
Nikkei 225 - Japão | -1,77% |
Indicadores e inflação
Foi uma semana de agenda cheia, principalmente nos EUA. Logo na terça e quarta-feira, vieram a público números sobre a inflação americana, que mesmo não assustando, não foram capazes de deixar o investidor menos preocupado. A expectativa era de que com a inflação teoricamente controlada, o presidente do Fed antecipasse e aumentasse o vigor dos cortes da taxa básica de juros.
Ainda na quarta-feira, o Livro Bege e a unidade regional do Fed na Filadelfia, destacaram o desaquecimento na atividade manufateira e a queda do consumo no final do ano passado, afetando diretamente os setores varejistas e automotivo.
Primeiros Resultados
Grande instituições financeiras americanas começaram a divulgar os seus resultados. Destaque para os péssimos números do Citigroup (prejuízo de US$9,8 bilhões) e Merril Lynch (também acima de US$9 bilhões). Já o banco JP Morgan Chase anunciou os resultados do quarto trimestre de 2007, reportando baixas contábeis de US$ 1,3 bilhão nas operações relativas ao subprime. A receita líquida foi de US$ 18,275 bilhões, com ganhos de US$ 0,86 por ação. O lucro líquido ficou em US$ 2,971 bilhões.
Com a palavra, o presidente do FED…
Mas sem dúvida o fato mais importante da semana foi o pronunciamento (inútil) do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke. Bernanke disse apoiar os esforços de criação de um pacote de estímulo fiscal para ajudar a economia.
Ele repetiu que o Fed está pronto para atuar agressivamente para conter os riscos de recessão. "A ação fiscal pode ser útil em princípio, já que os estímulos fiscais e monetários, juntos, podem dar mais suporte à economia dos que as medidas monetárias sozinhas", declarou, ressalvando que é importante que qualquer medida fiscal seja posta rapidamente em prática e tenha impacto máximo em 12 meses. "Qualquer outro efeito teria mais danos que benefícios", avisou. Segundo Bernanke, a economia norte-americana segue sem mostrar dados animadores. "Recentemente, a informação que chega tem sugerido que o cenário sobre a atividade real em 2008 piorou e que os riscos ao crescimento se tornaram mais pronunciados", afirmou. "Continuamos prontos para tomar medidas adicionais substanciais, à medida que forem necessárias, para dar suporte ao crescimento e segurança adicional contra os riscos de baixa".
Apesar do discurso estar em linha com o esperado, faltou alguma novidade. Faltou objetividade. O mercado está carente de boas notícias. Talvez se ele não falasse, as bolsas até poderiam subir, já que trabalhariam na expectativa do discurso ou de alguma novidade do governo norte-americano.
Com a palavra, o presidente dos EUA…
Por falar em governo americano, a sua "voz" foi ouvida na sexta-feira. O presidente dos EUA, George W. Bush, propôs nesta sexta-feira (18) um pacote de isenção fiscal de cerca de US$ 145 bilhões como forma de ajuda imediata para contornar a crise do setor imobiliário.
Segundo Bush, o pacote focará a redução de impostos no valor de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano. Considerando o que a economia do país movimentou no ano passado, isso representaria aproximadamente US$ 145 bilhões.
O plano de isenção incluiria benefícios para empresas e para as pessoas. "Aprovando um pacote efetivo de crescimento, daremos uma injeção na veia para manter um crescimento econômico fundamentalmente saudável", afirmou o presidente.
Segundo Bush, o pacote focará a redução de impostos no valor de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano. Considerando o que a economia do país movimentou no ano passado, isso representaria aproximadamente US$ 145 bilhões.
O plano de isenção incluiria benefícios para empresas e para as pessoas. "Aprovando um pacote efetivo de crescimento, daremos uma injeção na veia para manter um crescimento econômico fundamentalmente saudável", afirmou o presidente.
Assim como Bernanke, Bush não acrescentou muita coisa para o mercado, e o mau humor continuou até o fechamento da semana.
A economia americana precisa de uma injeção urgente de adrenalina. Mas pelo jeito, as primeiras tentativas dos dois principais atores (Bernanke e Bush) não trouxeram resultados.
Boa notícia
Semana negra. Mas pelo menos uma boa notícia venho do cenário internacional. E foi exatamente referente ao Brasil.
Para o jornal britânico Financial Times, "o Brasil está se surpreendendo com o aumento dos investimentos estrangeiros". Para o jornal, "o fluxo de investimento estrangeiro direto está aumentando. Por muito desta década, as atrações brasileiras foram ofuscadas pelas dos outros gigantes dos mercados emergentes, China, India e Rússia - até agora, o país dos Bric que cresce mais rapidamente. Mas, nos últimos meses, o Brasil começou a melhorar." E ainda… "O crescimento, que chegou a 5% em 2007, é desapontador se comparado ao da China ou da India, mas investidores estão cada vez mais confiantes de que uma demanda doméstica maior e o aumento das taxas de formação de capital vão permitir ao Brasil sobreviver relativamente ileso a um desaquecimento na economia americana."
Diria que até certo ponto, o artigo foi extremamente otimista. Mas como são raros os noticiários positivos sobre o Brasil, destaco como a materia do Financial terminou. Citando a economista Emy Shayo, do Bear Stearns, que teria dito: "As pessoas estão totalmente apaixonadas pelo Brasil. Investidores vêm aqui e acreditam que este é o melhor país do mundo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário