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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O pior dilema para os bancos centrais

Os bancos centrais sabem que devem elevar os juros quando a inflação está em alta. Sabem também que devem reduzir os juros quando a economia não está crescendo. Mas o que fazer quando a inflação está em alta e a economia em baixa, simultaneamente?

Sabem os BCs que não dá para atacar os dois problemas ao mesmo tempo, de modo que é preciso escolher o inimigo principal. Em qualquer caso, o risco é altíssimo: se o BC reduz os juros para estimular a atividade pode provocar um surto de inflação que exigirá juros bem mais altos lá na frente. Inversamente, se eleva os juros pode matar a economia junto com a inflação e provocar uma longa recessão.

Finalmente, não é difícil verificar a dificuldade em encontrar as doses corretas.

Eis porque a preocupação cresceu ontem quando foram divulgados números básicos da economia americana para o quarto trimestre: o crescimento do PIB desacelerou e a inflação acelerou.

Em 2007, ano completo, a maior economia do planeta cresceu 2,2%, uma queda de um ponto em relação à média de 2003/06. pode parecer pouco, mas coloque 1% sobre um, PIB de mais de US$ 14 trilhões.

Além disso, o número engana. Esses 2,2% são a média do ano, que começou melhor do que terminou. Na verdade, pelos dados do último trimestre, a economia americana está crescendo a um ritmo de 0,6%.

Já a inflação, também pelos dados do último trimestre de 2007, está rodando a 2,7% anuais – pelo núcleo do índice seguido pelo Fed. A “zona de conforto” fica entre 1% e 2%.

Tudo considerado, o Fed decidiu atacar a desaceleração da economia e a ameaça de recessão, considerando a inflação mais ou menos benigna. Está tomando riscos. Mas quem não toma não vai a parte alguma.

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