Plus500

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Disparo das commodities recupera debate sobre estagflação

... BERNANKE volta hoje ao Congresso dos EUA, desta vez para falar aos senadores.. O depoimento será o mesmo de ontem, quando o presidente do FED sinalizou que as taxas de juro voltarão a ser reduzidas. Mas, embora os investidores tenham reagido bem, mantiveram a cautela com as incertezas sobre a economia. Já no fechamento, as bolsas reduziram os ganhos, porque, a qualquer momento, um novo surto de pessimismo lembrará a gravidade da crise... Aqui, os mercados tentam um descolamento maior, e se NY ficar mais ou menos sob controle a BOVESPA bate o seu recorde histórico.

... Entre os fatores de risco, destaca-se a primeira revisão do PIB norte-americano, a ser divulgada às 10h30. A previsão de analistas na DJ é de uma expansão de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2006, acima da estimativa preliminar de 0,6%. O mercado gosta de saber que o FED está comprometido em salvar a economia. Mas, teme que as quedas do juro não consigam evitar a recessão, ao mesmo tempo em que os efeitos inflacionários do desaperto já ameaçam configurar um cenário pior, de ESTAGFLAÇÃO.

... Tudo isso fica um pouco mais complicado quando se considera o movimento atual de migração dos investidores do DÓLAR, desvalorizado pela inflação, para as COMMODITIES, que também pressiona os preços do PETRÓLEO (abaixo)... Os custos altos do petróleo têm um duplo impacto na economia norte-americana, já que de um lado inibem o consumo, acentuando a retração econômica, e de outro aumentam a inflação.

... A fuga dos ativos dolarizados nos mercados internacionais acentua a trajetória natural de apreciação do REAL... Até amanhã, 29/2, quando será tirada a PTAX para o vencimento do dólar futuro de março, essa volatilidade deve ser reforçada. Leia abaixo!

... Também poderão desencadear volatilidade hoje, em WALL STREET, os balanços da DELL, da agência hipotecária FREDDIE MAC, seguradora AIG e da varejista SEARS.

... AQUI, a lista de balanços é extensa e, do mesmo modo pode movimentar os negócios.
Entre outras companhias importantes, está previsto o resultado de VALE, após o fechamento, CPFL, AMBEV (abaixo as previsões) e OI. A PETROBRAS adiou de hoje para segunda-feira, dia 3. A agenda dos indicadores prevê a divulgação do IGP-M de fevereiro, às 8h pela FGV, com estimativas entre 0,45% e 0,63%, e mediana em 0,50%, segundo pesquisa do AE Projeções. Às 9h, o IBGE informa os dados do EMPREGO em janeiro. A expectativa é de nova queda para a taxa do desemprego, para 8,10%.

... Em Brasília, a reunião mensal do Conselho Monetário (CMN) começará às 16h.

... Na EUROPA, o presidente do BCE, Jean-Claude TRICHET, discursa às 11h15 durante conferência do Instituto para Estudos Avançados da Holanda, em Amsterdã.

REFORMA TRIBUTÁRIA. Ministro Guido MANTEGA entrega hoje a proposta do governo na Câmara dos Deputados (9h30) e no Senado (10h30). Às 12h, dá entrevista.

Commodities ajudam Bovespa

... Na formação do IBOVESPA, as empresas ligadas a commodities têm forte peso, o que torna muito grande a correlação da bolsa brasileira com o comportamento desses preços. É só pensar nas BIG BLUE PETROBRAS e VALE, que comandam o índice. Por isso, nesses dias em que produtos como petróleo e metais têm servido de porto seguro diante da instabilidade externa, a BOVESPA está se beneficiando. O índice está muito perto de sua marca histórica, de 65.790 pontos, registrado em 6 de dezembro do ano passado.

.. Ontem, a BOVESPA contabilizou o sexto pregão seguido de alta, com ganho de 0,48%, aos 65.494 pontos. No período, acumula +5,13%. O volume é forte, de R$ 7,2 bilhões.

... Ontem, mesmo com o recuo dos preços do petróleo dos níveis históricos, os papéis da PETROBRAS fecharam o pregão em alta. PETRO ON subiu 1,64% e PN, +1,54%. O adiamento do balanço ajudou. A ação, que havia sofrido na véspera por causa da expectativa de “surpresas negativas” no resultado por conta da valorização do real frente ao dólar, conseguiu recuperar-se. Segundo apurou o serviço Empresas e Setores, a estimativa é que a companhia informe lucro líquido de R$ 22,4 bilhões em 2007, 13,5% inferior aos R$ 26,9 bilhões no exercício de 2006. Mas, para o quarto trimestre, as previsões são de um lucro de R$ 5,9 bilhões, com o aumento de 6,5% sobre o trimestre anterior e de 13,2% sobre igual período de 2006.

... Já VALE oscilou perto da estabilidade. O papel ON caiu 0,31% e PNA avançou 0,39%. Hoje é dia de a mineradora divulgar seu resultado após o fechamento do mercado, que promete registrar mais uma série de recordes. A expectativa do mercado é de que a companhia registre um lucro líquido histórico de R$ 20,8 bilhões em 2007, 55% acima do registrado em 2006, de R$ 13,3 bilhões.

... Também para depois do encerramento, está previsto o balanço da CPFL ENERGIA, e esse deve vir com um crescimento expressivo no lucro em 2007, para R$ 1,659 bilhão, o que representaria uma alta de 18,1% sobre 2006, segundo previsões da AE.

... Para a AmBev, a estimativa é de lucro líquido ligeiramente inferior ao obtido em 2006. Segundo projeções para a AE, deve cair 2,5%, para R$ 2,736 bilhões em 2007.

... O DÓLAR teve a oitava queda consecutiva. A moeda fechou o dia em baixa de 0,77%, em R$ 1,671, depois de bater a mínima de R$ 1,665 (-1,13%).. A taxa de fechamento no balcão é a menor desde 18/5/1999 (R$ 1,665). E vai continuar caindo... Fonte da coluna fecha com a aposta de Emílio GARÓFALO e prevê a moeda a R$ 1,50.

... O mesmo profissional, não acredita em alta da SELIC, “de jeito nenhum”, e está entre aqueles que apostam na estabilidade em 11,25% até o fim do ano. Mas, como nem todo mundo pensa assim, o mercado de JUROS futuros ainda reflete a indefinição para a política monetária. Existe tanto quem teme a alta já em abril, como aqueles que arriscam prever um corte da taxa no segundo semestre. Isso explica altas e baixas intensas.

... Ontem, os DI passaram boa parte do dia em baixa, mas encerraram o pregão perto da estabilidade... O DI janeiro de 2010 fechou a 12,39%, de 12,40% na terça-feira, enquanto o DI janeiro de 2012 cedeu de 12,45% para 12,40%.. Hoje, a divulgação dos números da produção da indústria paulista pela FIESP, em especial os dados sobre o NUCI, devem influenciar o comportamento do mercado. A coluna errou ao informar a divulgação ontem.

... No mercado da dívida externa brasileira, o Global-40 fechou a 133,70 cents, queda de 0,11%. O risco Brasil estava em 239 pontos-base, alta de um pontinho, no fim da tarde.

As novas queridinhas da América

... Como já faz algum tempo que as bolsas em NY não vão nem vêm, paralisadas pela crise, e ninguém quer saber de perder dinheiro, é das commodities que eles, os investidores, têm gostado mais. Consagradas nas últimas semanas como porto de refúgio nestes tempos difíceis, são as cotações dos METAIS e PETRÓLEO que podem, em boa parte, estar atuando no pano de fundo para a derrocada do DÓLAR, que rompeu dois níveis históricos de suporte de uma vez só ontem, deixando o euro tocar US$ 1,50 pela primeira vez na vida e depois afundando até US$ 1,51. Segundo reportagem do FT traduzida por Regina Cardeal (AE), o mercado de câmbio pode, incrivelmente, estar agora mais preocupado com a inflação do que uma recessão, que tanto exige do FED.

Continua em Bom Dia Mercado

Nenhum comentário: