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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ricos, endividados e com grau de investimento

Ontem o leitor Valmor Martins do Nascimento deixou um comentário no post sobre a posição da Moody's em relação ao grau de investimento brasileiro. Valmor fez uma pesquisa na internet e constatou que alguns países desenvolvidos possuem uma dívida externa bastante elevada, mas ainda assim são considerados grau de investimento. Conversamos com alguns economistas para explicar as razões e as respostas foram basicamente duas: a dívida desses países é a juros baixíssimo e os prazos são muito longos. Além disso, eles são, simplesmente, mais ricos. Isso faz com que eles não representem grande risco de dar calote.

O problema da dívida total brasileira não é o seu tamanho, mas, sim, o seu perfil, explica a gestora de recursos Rio Bravo. É uma dívida de prazo mais curto com taxa de juros elevada. Por exemplo, a dívida japonesa possui uma taxa básica de 0,5%, apesar de uma dívida de 90% do PIB. O Brasil a taxa média é de 13% para uma dívida de 44,9% do PIB. A explicação é a mesma dada por Eduardo Barker, da Moody's:

- Ainda que os indicadores de dívida do governo possam parecer elevados para alguns países desenvolvidos, a estrutura de risco é bem diferente daqueles que estão em situação similar ao Brasil. O vencimento médio da dívida é de aproximadamente 7 anos para estes países enquanto que para o governo brasileiro é de aproximadamente 3 anos, sendo que quase 30% vence em até um ano.

No caso dos Estados Unidos, nem se pode dizer que eles possuem dívida externa porque a dívida é em dólar e eles são os emissores da moeda. Em último caso, o governo pode imprimir papel para pagar a dívida.

- Uma outra coisa que contribui e muito para o grau de investimento é o histórico dos países. Alguns deles nunca decretaram moratória, possuem alta segurança jurídica e pouca burocracia - diz o economista-chefe da Liquidez Corretora, Macelo Voss.

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