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quarta-feira, 5 de março de 2008

Commodities são dúvida do dia. Noite é do Copom estável

... Tem indicador que não acaba mais pra sair hoje aqui e em Nova York, fora os eventos importantes, como o COPOM e a OPEP. Mas, embora cada item dessa pauta possa oferecer riscos de volatilidade, a tendência dos mercados parece estar mais associada à agenda da crise, em particular, ao desempenho das commodities, no caso do Brasil.. Em NY, são as notícias do setor financeiro as que mais pegam, para o mal ou para o bem.

... Ontem à noite, as bolsas americanas melhoraram no fechamento, com rumores de um novo socorro à seguradora de bônus AMBAC Financial, depois das fortes perdas no intraday com as más notícias envolvendo o CITIGROUP (abaixo). Também a BOVESPA reduziu suas perdas no final do pregão.. Mas, ao contrário do que tem ocorrido, aqui caiu mais do que lá. E não se trata de diferença de fuso, porque estão fechando no mesmo horário... O que aconteceu é que as bolsas operaram descoladas, e, apesar de ambas terem caído, caíram por motivos diferentes. Enquanto NY operava com o setor financeiro, a BOVESPA reagia à nova realização dos metais e do petróleo.

... Com duas quedas em apenas três dias, sexta-feira passada e ontem, a tendência das commodities é, hoje, a grande expectativa dos mercados emergentes. Até agora, a escalada de alta das matérias-primas, garantida pela demanda da China, quando os EUA dão sinais de recessão, e também pela corrida dos investidores na fuga do dólar fraco, parecia um movimento ininterrupto.. A dúvida é saber se haverá um ajuste, quando é que isso acontecerá e em que proporções. Não há consenso entre os analistas (leia abaixo).

... Antes do COPOM, dados da produção industrial em janeiro, hoje, podem influenciar as apostas do DI... Não as apostas para esta noite, porque o mercado inteiro está fechadíssimo com a estabilidade da SELIC em 11,25%, e sim para as próximas decisões de política monetária. O mercado espera números fortes do IBGE às 9h, com estimativas de um crescimento da atividade entre 0,98% e 3% sobre dezembro, e a mediana em 2,25%, segundo o AE Projeções. Na comparação com janeiro de 2007, as previsões vão de 7,62% a 10,6%, e mediana em 9,10%. Quanto maior o crescimento, menor deve ser a força das apostas numa queda ou até em estabilidade da SELIC neste ano.

... O IPC-Fipe de fevereiro abrirá o dia, às 7h00, com estimativas entre +0,08% e 0,22%, mediana em 0,14%. A lista de balanços corporativos inclui resultados da Eletropaulo, Energias do Brasil e Medial. Leia outras notícias de companhias abertas no Em tempo...

... Nos EUA, às 10h15 saem vagas no setor privado (prévia do PAYROLL), com previsão de -10 mil; às 12, tem encomendas à indústria de janeiro (-2,5%) e ISM de serviços de fevereiro (46,5); às 12h30, estoques de petróleo e às 16h, o LIVRO BEGE do FED, com um sumário da economia que servirá de base para o próximo FOMC, no dia 18.

Impacto em três frentes

... A BOVESPA não acompanhou a recuperação das bolsas em Wall Street porque, aqui, as gigantes PETROBRAS e VALE ficaram à mercê da realização de lucros das commodities... As blue chips, que têm a maior participação no índice, mantiveram-se no terreno negativo e, com isso, impediram a recuperação da bolsa, pelo menos na mesma proporção do que ocorreu em NY. No fechamento, a bolsa caía 1,29% (63.655,5 pontos), após ter batido a mínima de 62.745 pontos (-2,71%). O volume somou R$ 6,6 bilhões.

... Acompanhando a queda dos metais no mercado externo, VALE fechou o dia em baixa de 2,13% (ON) e de 1,87% (PNA). PETROBRAS PN caiu 2,78% e a ON, 3,97%, com a queda do petróleo (abaixo).. A lista de maiores baixas foi liderada por GERDAU (-6,93%) e GERDAU Metalúrgica PN (-4,08%). As duas empresas anunciaram, na véspera, ofertas primárias de até R$ 2,8 bilhões e R$ 1,2 bilhão, respectivamente, o que naturalmente tende a pressionar a cotação das ações. Os atuais acionistas terão direito de preferência.

... No último pregão de fevereiro, a BOVESPA teve saída de R$ 595,680 milhões. Ainda assim, o saldo no mês ficou positivo em R$ 865,399 milhões.

... Nos JUROS e no DÓLAR, o impacto maior também foi da realização das commodities. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,90%, a R$ 1,6860. Já nos JUROS, a possibilidade de uma acomodação dos preços das commodities mexe com a expectativa de inflação e da política monetária. É claro que isso ainda é só uma possibilidade.

... Nesta quarta-feira, os contratos de curto prazo do DI pode ser influenciados por dados da PRODUÇÃO INDUSTRIAL. A expectativa é de números fortes e tem por base os indicadores antecedentes já conhecidos, como ANFAVEA e ABPO... As atenções ficarão voltadas para os dados de produção de bens de capital, que são um termômetro importante para o futuro da capacidade instalada. Desses dados, o mercado pode extrair um bom argumento para avançar um pouco nas apostas para o resto do ano.

... COPOM não dá espaço para especulação. Mas como ainda há muitas dúvidas sobre o que acontecerá depois, o mercado buscará pistas nos detalhes do STATEMENT.

... Ontem, o DI janeiro 2010 de fechou em 12,42%, de 12,38% na segunda-feira. Já o DI janeiro 2009 passou de 11,71% para 11,74%.

... No mercado da DÍVIDA externa, o Global-40 fechou a 134,40 cents, queda de 0,04%, com o risco Brasil em 257 pontos-base, queda de 10 pontos, no final da tarde.

Continua em Bom Dia Mercado

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