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segunda-feira, 3 de março de 2008

Panorama Econômico

Ação & contradição

O ataque ao desmatamento da Amazônia veio em dose dupla na semana passada: o governo mandou a polícia e cortou o dinheiro. Bom começo para se falar a sério no combate ao crime. Mesmo assim, as contradições continuam. O desmatamento nos assentamentos, que é hoje 18% do total, pode continuar. O presidente Lula visitou, na mesma semana, uma empresa que desmatou manguezal no Rio.

A tragédia da Amazônia tem que servir como o início de um novo tempo. Nunca se falou tanto da floresta como agora, o governo começa a acertar em medidas ousadas e profundas, a briga que vem por aí será longa e dura. Para que tenha êxito, o governo precisa ter uma postura coerente. A variável ambiental não pode ser considerada numa questão e ignorada em outra.

É emblemático que, na semana em que o governo desferiu o mais duro golpe ao desmatamento da Amazônia, o presidente tenha visitado a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que teve uma parte da obra embargada por destruição de manguezal.

O Ibama e o IEF deram licença para que a empresa desmatasse dois hectares de área para a construção de uma ponte que liga a siderúrgica ao Porto de Sepetiba. A empresa desmatou o dobro. Essa parte da obra foi embargada, e o Ibama aplicou multa de R$ 100 mil. A empresa continuou tranqüilamente a construção da ponte. Há também uma discussão sobre o uso de uma área pública que a companhia usa sem ter recebido o direito para isso. Nenhum problema preocupa o empreendimento que recebeu semana passada a eufórica visita do presidente Lula.

Continua em Miriam Leitão.com

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