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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ainda sobre diplomas e salários


Alguns leitores do blog comentaram no meu post anterior sobre a dinâmica dos salários de agentes com e sem diploma superior. Chantos, por exemplo, disse que “supondo uma determinada taxa de crescimento econômico que não absorva toda essa "mão-de-obra das universidades, o incentivo a obtenção do diploma, que cessa quando não há vantagem salarial para os diplomados, logo retorna se existir crescimento econômico”.Respondendo, mesmo que a economia cresça, isso não significa que a demanda por bacharéis aumentará na mesma medida. O crescimento do produto pode ser catalisado por diversos setores da economia, sendo que muitos desses não demandam capital humano qualificado na mesma proporção em que crescem. Um bom exemplo é o setor da construção civil. Assim, a economia pode crescer, mas o número de estudantes universitários pode aumentar muito mais do que a demanda criada. Voltaríamos para o problema original no qual a oferta de diplomados supera a oferta.Já o Dejanir escreveu sobre o papel do diploma como sinalizador da qualidade do trabalhador. É bem verdade que, em um ambiente de informação assimétrica entre o empregador e o empregado, o diploma “filtraria” os candidatos mais bem preparados dos menos produtivos, mas isso se o empregador entendesse que qualquer diploma serve como sinalizador. Hoje em dia isso não ocorre, no entanto.Com a facilidade de se ingressar em uma universidade e, mais ainda, a facilidade de se concluir o curso, o papel de sinalizador do diploma desaparece. Obviamente que aí entra a questão de se o empregador tem informação suficiente para discernir o bom diploma do ruim, mas é de se esperar que sim, já que existem muitos dados sobre a qualidade de instituições disponíveis.Em suma, os dois pontos discutidos pelo Chantos e pelo Dejanir são importantes, mas creio que são casos especiais. O meu post anterior foi uma tentativa de analisar superficialmente uma questão que e chamou a atenção, e creio que a participação dos leitores ajuda sempre a esclarecer bastante coisa.

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