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sexta-feira, 2 de maio de 2008

FED afirma: "Nenhum amigo ficará para trás"

Naquele que parece ser mais um capítulo da série de esforços para "salvar" (?) o sistema financeiro, no caso, os amigos banqueiros, o banco central americano anunciou hoje a amplicação da gama de colaterais (garantias) que podem ser usados nos empréstimos especiais criados no final de 2007. Tomando o cuidado de não deixar ninguém para trás, a intenção agora é aceitar títulos atrelados à empréstimos de vendas de veículos e também aqueles atrelados à cartões de crédito.O movimento é, novamente, imprecedente. E também é um reconhecimento que os anúncios anteriores pouco tiveram de resultados práticos, haja visto que o buraco é muito maior que a opinião pública possa perceber, ao menos nesse momento.Os bonds de cartões de crédito e de auto loans têm uma característica muito peculiar, em relação aos imobiliários: eles não foram securitizados, ou seja, não foram transmitidos a terceiros. Logo, repousam nos livros dos bancos, e não nas mãos de investidores ao redor do mundo. Conforme a taxa de delinqüência aumenta nesses empréstimos, e ela está literalmente explodindo, os bancos ficam com poucas opções para tentar reaver o principal.Nesse cenário, o que o FED está fazendo é autorizar que esses empréstimos sejam trocados por papéis do Tesouro americano, que, ao contrário dos empréstimos de cartões e de vendas de carros, não irão entrar em default, pelo menos não enquanto essas três condições continuarem a ocorrer juntas:- americanos continuarem pagando impostos;- o mundo continuar aceitando financiar o déficit americano;- dólares serem aceitos como meio de pagamento.Então, percebemos assim mais uma vez a face caridosa do presidente do FED, Bernanke, que está permitindo aos seus amigos (ou donos) que deixem o lixo tóxico com o contribuinte em troca da finesse dos títulos do Tesouro.Há propostas no Congresso de lá para que o FED seja mais benevolente, e aceite também títulos de empréstimos de estudantes, mas como esse mercado não é dominado pelos grandes bancos, por enquanto, Bernanke ainda não aceitou a idéia.

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