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terça-feira, 6 de maio de 2008

Lula, Hillary e McCain contra Obama

O que há em comum entre Hillary Clinton, John McCain e o presidente Lula?
O populismo com o preço da gasolina.
Aqui no Brasil, Lula cortou parte dos impostos sobre o combustível para impedir uma alta dos preços na bomba.
Nos EUA, Hillary e McCain propuseram uma isenção de impostos, pelo menos no período do verão, para dar um alívio no bolso dos consumidores no momento das férias.
Do ponto de vista econômico, decisão e propostas estão erradas. Ao reduzir o preço da gasolina, essa política dá o sinal errado - diz ao consumidor que ele deve gastar mais gasolina, um insumo caro e poluente – e produz uma distorção – o uso de dinheiro público, subtraído dos impostos, para dar subsídio aos donos de automóvel.
No Brasil, a distorção é maior porque menos pessoas têm automóvel, tanto em termos absolutos quanto proporcionais. É um benefício às classes médias, não por acaso as que mais reclamam. Nos EUA, como quase todos os adultos, inclusive os pobres, já têm carro, a política é mais populista.
Do ponto de vista, digamos, racional, deveria ser o contrário: deixar que os preços subam pelo mecanismo de mercado e elevar os impostos. Preço alto sinaliza que o insumo é o que é: caro, cada vez mais escasso e poluente, de modo que seu consumo deve ser contido e não estimulado. Impostos elevados geram renda pública para, por exemplo, subsidiar a produção de outros combustíveis menos poluentes e mais eficazes.
Interessante que o Brasil já tem esse combustível, o etanol de cana.
Mas não, o preço na bomba é o que move os políticos populistas ou que precisam ser populistas no momento. Assim, um petista, um democrata e um republicano embarcam na mesma canoa. O populismo também é globalização.
Quem não embarcou foi Barack Obama, o candidato democrata considerado mais à esquerda. Ele fez a crítica correta à redução dos impostos e foi atacado por Hillary, que o chamou de “elitista” e rico que não se preocupa com o que gasta ao encher o tanque.

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