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domingo, 4 de maio de 2008

No balanço da hora

hora é de alegria com o grau de investimento para o país e tudo o que isso pode abrir de perspectivas: investidor sério vindo atrás de projetos de longo prazo; olhando o Brasil não pelas aflições imediatas, mas pelas potencialidades que o país sempre soube que tem. No balanço, é preciso lembrar as escolhas do passado, e as que inevitavelmente terão que ser feitas no futuro.
Esta hora tem também crises internacionais. A americana, que cria riscos para nós e o mundo inteiro. A da alta dos preços dos alimentos, que abre óbvias oportunidades de ampliação da produção e exportação brasileiras. A das mudanças climáticas, que traz a chance de que o país entenda como é inteligente preservar suas preciosidades naturais para um futuro de água e terra escassas.
É uma hora pela qual se trabalhou muito e se debateu muito. Como disse Lisa Schineller, da Standard & Poor’s, tem a ver com fatos remotos que se ligam a fatos presentes. A manutenção do superávit primário por 11 anos, a escolha do câmbio flutuante, a manutenção da meta de inflação são tão importantes quanto a demonstração que acabou de ser dada de que o Banco Central é independente. A alta de 0,5 ponto percentual, acima do que o mercado achava, muito mais do que o ministro da Fazenda aceitaria se fosse dele a decisão, mostra que o Brasil tem um banco central que será deixado livre para combater a inflação e defender a moeda duramente conquistada.
A Argentina não tem a mesma sorte. Está se atrapalhando cada vez mais em erros velhos e correndo riscos que não deveria mais correr. A Venezuela, num momento de boom do petróleo, está mais longe ainda do ponto atingido agora pelo Brasil.
Não é a hora de esquecer as muitas inconsistências do momento: os gastos primários estão subindo, aumentos de salários que chegam a 100% estão sendo concedidos a funcionários públicos cada vez mais numerosos numa máquina já inchada. As reformas indispensáveis têm sido adiadas.
Continua em Miriam Leitão

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