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sexta-feira, 30 de maio de 2008

O Fundo afundou

O Fundo Soberano definido hoje pelo ministro Mantega não tem nada a mais ver com a primeira versão anunciada pelo mesmo ministro e que havia sido bombardeada fora e dentro do governo.

Nesse sentido, é um avanço.

Mas ainda traz a marca da usina de idéias da Fazenda: algo entre confuso e inútil.

O avanço é que o Fundo não vai mais comprar dólares, nem aplicar no exterior.

Outro avanço é que o governo vai, na prática, aumentar o superávit primário, de 3,8% do PIB, meta formal, para 4,3% - sendo que esse 0,5 ponto a mais (R$ 13 bilhões) vai para o Fundo.

É bom, porque significa que o governo não vai torrar o excesso de arrecadação. Portanto, é um ajuste fiscal, um não-gasto, fato importante num governo gastador.

Agora, o correto seria simplesmente utilizar esse adicional de superávit para pagar juros e matar dívida, que é o que se faz com o superávit primário “oficial”.

Mas, não. Para salvar a cara do ministro, defensor do Fundo, o 0,5% adicional precisa ir para o Fundo, que o investirá. No quê?

Se for em títulos da dívida pública, fica no zero a zero. O Tesouro emite títulos e o Fundo, que pertence ao Tesouro, compra os títulos. É meio confuso – para que simplificar, não é mesmo? – mas, enfim, não aumenta a dívida.



Carlos Alberto Sardenberg

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