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domingo, 11 de maio de 2008

Olhares opostos

Duas questões rondam a economia neste momento: A crise de crédito no mercado americano acabou? O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga usou uma imagem médica: "A crise está controlada por cortisona, mas não houve cura." A segunda questão: o que fazer diante da inflação que sobe aqui e em vários países do mundo? O que a gente aprendeu é que não deve ser tolerante com a inflação.
Uma questão está ligada à outra. O surto inflacionário mundial dificulta a saída da crise de crédito que atingiu as economias mais desenvolvidas.
Armínio acha que, ao contrário de outras vezes, depois de controlada a crise, não haverá retomada fácil do crescimento mundial; não se poderá pisar no acelerador:
— No day after, haverá uma pressão inflacionária a enfrentar.
Ele avalia que, nos Estados Unidos, foram controlados os riscos imediatos, mas não os de longo prazo.
— O déficit em conta corrente está contido, mas não caiu, a economia estava muito alavancada, começa a reduzir o grau de alavancagem, mas não há ainda a garantia de que foram eliminados os piores cenários.
Por isso, Armínio acha que o crescimento será baixo, mesmo após passar a parte mais aguda da crise, em dois ou três trimestres.
— Dificilmente haverá a retomada daquele crescimento mundial que vigorou nos primeiros cinco anos do governo Lula.
Com este pano de fundo, o Brasil enfrenta velhos dilemas: como conter os riscos inflacionários? Como garantir o crescimento?
Continua em Miriam Leitão

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