Um dia a imprensa acordou e descobriu que o petróleo estava custando 123 dólares por barril. E esse dia foi hoje.A descoberta para muitos está sendo tão significativa que estão arriscando palpites de que o preço irá a 200 dólares em breve. Exatamente o tipo de palpite que não se fazia presente quando o ouro negro custava 60 dólares há um ano atrás. Naquela ocasião, os preços deveriam rumar para a casa dos 40. Acabaram dobrando.Se ao leitor fizer o caso de apetecer uma postura de ser contra a maioria, então essa seria uma boa hora para, novamente, apostar contra a opinião dos "experts" que ocupam a voz midiática.Muito embora possamos partilhar da opinião deles de que, eventualmente, veremos o barril custando 200 dólares, não convém trabalhar com palpites e sim com dados.Em meio à fatos que trazem preocupação na Nigéria, importante produtor e fornecedor americano, bem como uma aparente estagnação da produção na Rússia, o fato é que os Estados Unidos, maiores consumidores, estão re-construindo seus estoques de maneira firme:
(Vide Gráfico Acima)
Também a reserva estratégia de petróleo, fonte de acesso emergencial, está sendo abastecida em um ritmo que poderia trazer até alguma surpresa.A capacidade máxima é de cerca de 722 milhões de barris e nesse momento ela sustenta um valor recorde de 702 milhões de barris. Muitas aquisições foram realizadas recentemente, o que nos leva até a questionar que tipo de emergência estaria o governo americano esperando para atuar com tanto afinco na compra de óleo para a reserva estratégica nos últimos meses:
(Vide Tabela Acima)
Se por um lado o maior crescimento da demanda por petróleo está advindo dos países emergentes e, para surpresa de muitos, dos próprios países produtores da OPEP, por outro lado os americanos, maiores consumidores mundiais, estão em recessão e, no mínimo, bem abastecidos para os próximos meses.
E se nenhum fato geo-político irromper subitamente, esse é um fator que pode pesar logo adiante.
Se.
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