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domingo, 4 de maio de 2008

Questão da jornada

No Brasil, quase metade dos trabalhadores está fora do mercado formal, mas o que está no Congresso é uma proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas. É uma forma de aumentar a criação de emprego, como dizem as centrais e o Dieese, ou de reduzir o emprego? Pode ser apenas mais uma demonstração de que os incluídos é que ditam a agenda neste tema.
A redução da jornada é o tema de preferência das centrais sindicais, mas, num mercado de trabalho tão cheio de distorções e carências, será que é essa a prioridade do trabalhador?
A Constituição de 1988 reduziu a jornada de trabalho de 48 para 44 horas. Para o economista José Marcio Camargo, da Tendências Consultoria, o efeito foi, na época, na melhor das hipóteses, nulo. Isso porque muitas pessoas do mercado formal já trabalhavam mesmo as 44 horas.
Ele acredita que, teoricamente, a redução na carga tende não a aumentar, mas a diminuir o nível de emprego. Foi isso que aconteceu no início dos anos 90, pós-Constituição. A conta é feita considerando o custo por hora. Quando se reduzem as horas, aumenta o custo por trabalhador. Dessa forma, na visão de José Marcio, o empregador acaba optando por não contratar mais, mas, sim, aumentar o volume de horas extras ou de funcionários terceirizados.
Continua em Miriam Leitão

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