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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Uma explicação para os monopólios estatais

Em 1937, Ronald Coase escreveu um artigo muito legal sobre a origem da firma. Resumidamente, Coase tentou mostrar o porquê de existirem organizações caracterizadas pela centralização da tomada de decisões. Esse assunto gerou um debate muito interessante na época, pois ao mesmo tempo em que o sistema de preços era tido como o organizador eficiente da sociedade de mercado, os agentes se juntavam e montavam organizações que tinham como motor um poder central, o "entrepeneur". Como disse Dennis Robertson, um economista da época, eram "ilhas de poder consciente em um oceano de cooperação inconsciente".Coase chegou à conclusão de que as firmas surgiam em um sistema de mercado por que existem custos para se fazer parte do sistema de mercado. No entanto, eu quero chamar a atenção para um outro motivo que levaria ao surgimento das firmas, mas que foi de certa maneira deixada de lado por Coase: o governo.O monopólio da violência por parte do Estado permite que o mesmo arrecade parte da renda gerada pelos cidadãos. No entanto, o Estado só pode cobrar taxas de transações que são efetuadas dentro do sistema de preços. Se eu preciso de um fator de produção para produzir certo bem, comprarei no mercado e pagarei algum percentual de imposto para o governo. Isso se repetirá a cada contrato que eu venha a firmar com detentores de fatores de produção. Segundo Coase, para reduzir meus custos de transação, eu firmaria um único contrato com os fatores de produção. Eu me junto com outros agentes e formo um novo agente único, reduzindo os custos da partipação no mercado. Assim nasce a firma.Isso implicaria no fato de que a receita do governo seria reduzida, pois ele não pode cobrar taxas sobre transações que se dão fora do sistema de preços. A firma faz parte do mercado e, conseqüentemente, suas transações com os outros agentes estão subrdinadas ao sistema de preços. No entanto, as transações entre os "sub-agentes" que compõem a firma não se dão no sistema de mercado, mas sim dentro da firma. Logo, o governo fica impossibilitado de taxar tais transações.

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