Plus500

domingo, 15 de junho de 2008

Charles Dow X George Soros

George Soros, todos o conhecem e é inegável sua capacidade de timing no que se refere a percepção à respeito do conceito de tendências.

Ele desenvolveu a chamada " Teoria da Reflexividade ".

Realmente vale à pena ler o texto e tire suas conclusões.


Em minha modesta opinião, apenas uma Teoria que pode ser resumida basicamente pela Teoria de Dow ( formulada em 1884 ) em seu 6º Princípio, onde : " Uma tendência prossegue até se ter uma indicação contrária" .

Nesse princípio, o que percebo é que uma tendência se retroalimenta dela mesma.

Abaixo, a Teoria da Reflexividade (George Soros )

George Soros tem uma teoria interessante sobre o equilíbrio dos mercados. Ele chama-lhe a Teoria da Reflexividade, e esta teoria postula que em determinadas situações, quando os mercados se afastam do equilíbrio gera-se um desequilíbrio dinâmico que reforça a si próprio, e que não pode ser explicado pelas teorias sociais/econômicas convencionais, pois o desequilíbrio que se produz nessas situações altera a própria realidade em análise.


Basicamente, ele diz que há situações em que um desequilíbrio temporário do mercado face aos seus fundamentos leva a que os participantes desse mercado tomem decisões que elas próprias alteram os fundamentos do mercado e perpetuam/acentuam o desequilíbrio. Ou seja, nessas situações a ciência económica, que procura explicar os fatos através de uma relação causa-efeito falha, porque a própria causa é alterada pelos efeitos num esquema de feedback.


Isto se vê melhor usando exemplos. Na bolha TMT as ações tecnológicas começaram a disparar. Normalmente a visão clássica do mercado esperaria que a sobrevalorização inicial destas ações fosse corrigida numa reversão à média, já que a procura de bens tecnológicos deveria seguir uma trajetória relativamente linear. Acontece que a subida das ações tecnológicas fez com que existisse uma explosão de criação de empresas tecnológicas com vista a cotarem em bolsa, e essa explosão gerou procura para bens tecnológicos (routers, comunicações, serviços, programação, etc) que de outra forma não teria existido, dando um aspecto exponencial à curva de procura de bens tecnológicos, e levando a que o mercado ficasse AINDA mais sobre valorizado – o que por sua vez atraiu ainda mais recursos para as empresas tecnológicas, aumentando ainda mais a procura, num ciclo vicioso que só terminou com a explosão da bolha. Ou seja, a sobrevalorização inicial ALTEROU a procura tecnológica substancialmente para cima.


Este é um tema recorrente nos mercados. Um desvio face ao equilíbrio pode depois alterar o próprio equilíbrio. Outro exemplo dá-se durante uma crise de liquidez, como a de 2002. Nesses casos, as empresas endividadas começam a cair por qualquer razão (nas produtoras elétricas independentes, IPPs, foi a Enron), ora, ao caírem os bancos, que vêem a sua capitalização bolsista como uma potencial forma de financiamento, vêem a capacidade de endividamento dessas empresas diminuir, logo cortam-lhes o crédito. E as suas ações perante este corte de crédito caem ainda mais pois se tem dívida e não a consegue refinanciar, aparece o espectro da falência. E perante o espectro da falência e a queda constante dessas empresas, então é que nenhum banco quer mesmo emprestar dinheiro pelo que elas caem ainda mais, e por aí em diante, até ao ponto em que as empresas transacionam a preços estúpidos ou vão mesmo à falência. Mais uma vez, o que desponta tudo é o desequilíbrio/queda inicial, que depois altera os fundamentos dessas empresas.


Presentemente, temos outro caso no petróleo. A subida inicial deu-se pela procura chinesa em constante aumento, e também pela desvalorização do dólar. Mas, depois de alguma subida, os estoques de petróleo nas refinadoras começaram a cair. Naturalmente, os utilizadores de petróleo, quando este está caro, tendem a querer deter o mínimo de estoques possível. Mas o problema começa então, pois esta queda de estoques passou a ser vista pelo mercado como sinônimo de falta de petróleo, ou seja, sempre que os compradores reduziram o seu estoque de petróleo o petróleo sube ainda mais. Até que assumiu, como assume hoje, um aspecto de uma curva exponencial com subidas praticamente todos os dias. Ou seja, a subida reforçou a própria subida.


Soros tenta perante uma tendência emergente identificar se nela se encerra esta capacidade de se auto-alimentar. Além disso o fato de este tipo de ciclo vicioso ser relativamente comum, faz com que o comportamento de “seguir as tendências” (trend following) faça muitas vezes sentido, mesmo que elas não estejam de acordo com os fundamentos. Isto porque se estivermos perante uma situação que se enquadre nesta “reflexividade”, o que acontece é que a própria tendência ALTERARÁ os fundamentos a seu favor.

Longwave

Nenhum comentário: