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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Os EUA contra o imperialismo brasileiro

Gente, este é o assunto da semana: americanos protestando contra o imperialismo brasileiro! E imperialismo dos grandes: nada menos do que a cerveja Budweiser, um símbolo americano, pode cair em mãos brasileiras.

Seguinte: a InBev, multinacional resultante da fusão entre a brasileira Ambev e a belga Inbev, controlada e dirigida pelo grupo de executivos brasileiros liderados por Jorge Paulo Lehman, fez uma oferta de compra da Anheuser-Busch, cervejaria que detém metade do mercado americano, especialmente com a célebre Budweiser.

Na cidade de Saint Louis, capital do estado de Missouri, sede histórica da companhia americana, o negócio gerou uma onda de protestos contra essa “invasão estrangeira”.

Já há dois sites na internet, SaveBudweiser.com e SaveAB.com, que apresentam argumentos e recolhem assinaturas contra a venda, considerada “profundamente perturbadora” pelo governador de Missouri, Matt Blunt.

A cervejaria americana é controlada há 150 anos pela família Busch, que, entretanto, detém hoje apenas 3,5% do capital. O maior investidor individual é Warren Buffet, com 5,5%. O presidente executivo da companhia, August Busch IV, já disse que não pretende vendê-la.

Mas pessoas familiarizadas com as finanças internacionais notam que Jorge Paulo Lehman é muito amigo de Buffet. E a decisão final depende dos acionistas, não dos controladores.

A InBev fez uma oferta inicial de US$ 65 por ação da Anheuser-Busch, a pagar em dinheiro, no que pode chegar a US$ 45 bilhões no total. Seria o terceiro maior negócio de aquisição de uma companhia americana por uma estrangeira.

A imprensa internacional diz que o negócio, em si, faz todo sentido. A InBev, a segunda maior cervejaria do mundo, quase não tem presença nos EUA. E a Anheuser-Busch não existe fora dos EUA. A fusão criaria a maior cervejaria do mundo.

Analistas dizem que a InBev deve levar, mas precisará elevar um pouco sua oferta. O presidente da InBev, o brasileiro Carlos Brito, concedeu entrevista hoje para dizer que manterá a marca americana, manterá a sede e prestigiará os diretores locais.

Mas os locais dizem temer a invasão dos executivos brasileiros, que praticamente ocuparam a InBev na sua sede na Bélgica.

É pessoal, essa gente chegou lá. Os americanos estão experimentando o que fazem pelo mundo todo. E mais uma vez se comprova que Jorge Paulo Lehman é o Pelé dos negócios mundiais.

Carlos Alberto Sardenberg

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