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terça-feira, 1 de julho de 2008

London Calling

Neste último final de semana conversei com um amigo que trabalha na City londrina, em um grande banco de investimentos. Eu sempre acho muito interessante este tipo de conversa, pois permite que analisemos um outro ponto de vista - não necessariamente correto, é bom que se diga - sobre a conjuntura brasileira. Destaco alguns pontos:

Mercado imobiliário: Os estrangeiros estão apostando na continuação da alta dos imóveis, apesar da recente explosão nos preços. Para eles, a longo prazo, ainda é um ótimo investimento. (Tanto é verdade, que o motivo da vinda desse amigo ao Brasil foi procurar alternativas de investimento na área...)

Juros e crédito: Não acreditam em uma alta mais forte. As projeções giram em torno de um teto de 16%, apesar da inflação. Ao mesmo tempo, apostam numa expansão ainda maior do crédito, que continuaria impulsionando a economia - e o próprio setor de imóveis, daí a aposta.

Bolsa: Na opinião dele, o Brasil escapa quase que ileso da crise, a não ser que a coisa desande para uma catástrofe no mercado global. Seu argumento é que os estrangeiros não têm onde realocar o dinheiro que está saindo das bolsas européias e americanas. A saída de capital da Bovespa em junho seria, portanto, pontual. Por outro lado, ele acha bem possível uma queda bem forte DEPOIS da crise, quando a situação melhorar e o capital especulativo voltar a um porto seguro.

Petróleo: Enquanto durar a crise, o céu é o limite, está todo mundo correndo para ele - e para outras commoditties.

Comentário meu: Como eu disse a ele, apesar da economia tentar cada vez mais se transformar em uma ciência exata, com modelos econométricos avançadíssimos, ainda há vários fatores incomensuráveis. A peculiriaridade econômica do Brasil é uma delas, por isso acho que há um certo exagero no otimismo. Na minha opinião, o crédito pode se tornar sim um problema, caso os juros subam forte em algum momento. Ora, a gente sabe que uma subida forte pode levá-los prav cima dos 20% - estavam lá há poucos anos - e como a inflação vem crescendo, nunca se sabe. Afinal, este ano já foi pro espaço, em termos inflacionários, e, no ano que vem, os preços controlados ainda sofrerão o impacto desse IGPM assustador de 12%... Quanto à bolsa, a gente sabe que a volatilidade aqui é de deixar qualquer um de cabelo em pé. Por enquanto está segurando legal, mas a gente já viu - este ano mesmo - devover 15, 20% em uma semana. De qualquer forma, achei bem interessante essa teoria de que ela seguraria por agora e enfrentaria uma saída de capital no fim da crise. Se acontecerá ou não, só o tempo dirá, mas que faz sentido, faz...

Seagull Trading

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