Desde ontem não se fala em outra coisa, sobretudo no mundo da tecnologia. A prisão de executivos da operação brasileira da Cisco pela Polícia Federal, por suposta participação em esquema fraudulento de importação da equipamentos (veja aqui matéria completa), surpreendeu todo mundo. Depois que conversei com algumas fontes próximas à empresa, as perguntas que não páram de martelar na minha cabeça são: se esse esquema for realmente comprovado, como será possível explicar que a matriz não soubesse de nada? E será que a matriz não sabia de nada?
No início desta década, escândalos contábeis envolvendo empresas como Enron e Worldcom provocaram uma profunda mudança na fiscalização das companhias americanas. As empresas abertas tiveram de se adaptar a uma nova Lei, a Sarbanes-Oxley, para continuar suas operações. Na prática, essa lei passa uma espécie de pente-fino nas contas das empresas (inclusive nas suas subsidiárias). Adotá-la exige uma série de controles e cria até uma certa burocracia . O problema é que nem esses controles rígidos podem garantir que uma empresa -- e TODOS os seus funcionários -- cumpram as regras. No começo deste anos, por exemplo, executivos da Sadia e do ABN foram punidos por insider trading. Agora, o suposto esquema da Cisco mostra que podem haver outras brechas.
Continua em Por Dentro das Empresas
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