Plus500

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Minha caixa de correio - e a crise da bolsa

Recebo muita correspondência de bancos, corretoras e profissionais de investimento. Eu preferiria receber tudo isso por correio eletrônico e ter de reciclar menos papel, mas os marketeiros dos bancos ainda insistem em entulhar minha caixa de correio. Quando dá tempo, eu analiso esse material cuidadosamente, mas confesso que reciclo a maioria dos informativos que recebo sem ler.

Não, o blogueiro não está delirando ao redor do próprio umbigo. No início da semana resolvi ler com mais cuidado o que os especialistas do mercado me enviaram. E notei algo preocupante.

Quase todos os bancos hoje fazem recomendações de ações e acompanham alguns papéis, já que é impossível seguir as centenas de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Comparei as análises de dois bancos: uma grande instituição de varejo e um pequeno banco internacional que atua basicamente junto a clientes de alta renda. Os dois acompanhavam cerca de 20 ações. Havia coincidência em 12 papéis.

Ou seja, em um universo de mais de 500 empresas listadas, dois bancos de perfis totalmente diferentes concentravam-se em papéis muito semelhantes. Os nomes são conhecidos. Petrobras, Vale, Gerdau, Usiminas, Bradesco, Itaú, ALL, Net TV a Cabo, entre outras. Tem até alguma lógica, são as ações mais negociadas e as mais recomendadas para os investidores que querem evitar as flutuações mais abruptas e a falta de liquidez das companhias menores.

Qual o problema? Os bancos estão vendendo os mesmos poucos papéis para investidores muito diferentes. Se uma dessas empresas apresentar uma grave crise na semana que vem e suas ações desabarem, isso poderá espalhar prejuízos em todo o mercado. Mal comparando, é a diferença entre uma contusão em um time de futebol e uma contusão em uma equipe de vôlei de praia: quanto menor o grupo, maior o impacto de problemas individuais.

Blog do Investidor


Nenhum comentário: