As indicações estabelecidas aqui nesse blog por diversas vezes de que grandes bancos ainda exporiam alguns esqueletos guardados no armário antes que essa crise fosse, digamos, contornada, ganharam nova força nos últimos dias.
Nos últimos dias, a verdadeira sangria nos índices de crédito alcançou os noticiários e, conforme já antecipei aqui, envolve grandes instituições, sendo nesse momento o Citibank a bola da vez. No final de semana o banco afastou seu CEO, Charles Prince, o mesmo que há alguns meses atrás afirmou em entrevista que em termos de liquidez 'enquanto a música tocasse, continuaremos dançando'. E ele dançou mesmo.
As empresas que oferecem seguros para bonds e títulos que o digam. Estão tendo suas cotações em mercado arrasadas. A Ambac e a MBIA Inc., duas das maiores, possuem o pomposo 'grau de investimento', mas a avaliação do mercado é de que são papéis junk. É o modo americano de dizer que não valem nada.
Tudo isso porque a indústria de seguros para títulos ofereceu garantia para uma modesta quantia de mais de 1 trilhão de dólares, incluindo bonds de Estados e Municípios, e também aqueles atrelados a títulos imobiliários e cartões de crédito.
Me lembro bem como em fevereiro diziam que a crise 'era SÓ no subprime', o setor de maior risco do mercado de crédito. E desde então já atingiu os ratings de menor risco, grandes bancos por todo o mundo e agora parece estar querendo beliscar também os títulos públicos de Estados e Municípios. E no fundo aqueles que atribuem a crise ao setor 'subprime' tem razão, afinal, a maior parte do crédito que foi colocada no sistema nos últimos anos não passa de puro lixo, mesmo aqueles com griffe AAA.
Espere novas incursões dos bancos centrais nos próximos dias. Tanto públicas, quanto à portas fechadas. Em vez de permitirem que os excessos sejam corrigidos pelo mercado, afinal nada mais justo que o mal investimento tenha o retorno que lhe é devido, podemos esperar novas injeções monetárias no sistema financeiro para, mais uma vez, tentar contornar a crise.
No que concerne aos bancos centrais hoje, em especial ao Federal Reserve americano, nenhuma dor será permitida. O hedonismo inflacionário precisa de mais algumas doses.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Federal Reserve, dá um dinheiro aí!
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