Algumas observações sobre essa decisão da Comissão Européia de impor restrições à importação de carne brasileira:
Há alguns anos, quando comecei a prestar atenção no agronegócio brasileiro, ouvi de um dos líderes do setor uma previsão que então parecia ambiciosa: o Brasil vai se tornar o maior exportador mundial de carnes.
Advertia, porém: só um fator pode atrapalhar isso, o controle sanitário, que é a parte do governo. Batata. Aconteceu exatamente assim.
Ingênuo, perguntei, na ocasião, por que os produtores não cuidavam eles mesmos desse controle.
Porque não pode. A regra internacional determina que isso é função do governo – e faz sentido. É claro que os bons produtores são os primeiros interessados na saúde do rebanho e na qualidade de sua carne. Também são os mais interessados no controle dessas condições sanitárias e, de fato, investem pesado nisso. Mas está claro que o controle tem de ser externo, feito por terceiros e pelo setor público.
A Comissão Européia deu todas as chances antes de colocar restrições à importação de carne brasileira. Durante dois anos, enviou seguidas missões técnicas para visita fazendas e frigoríficos brasileiros, apresentou relatórios, apontou problemas, deu prazo para o governo resolver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário