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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Diploma, salários e produto

A idéia de que um bacharelado ou, melhor dizendo, um diploma universitário, vai aumentar a renda de um indivíduo persiste hoje como se fosse uma verdade que não necessita de justificação lógica. O número de universidades e faculdades se expande a cada ano e, fazendo uma analogia com a teoria de Ricardo, a qualidade das instituições marginais parece diminuir. O pior de tudo é que até as universidades do Estado, uma vez tidas como de excelência, demonstram sinais de decadência. Eu sou testemunha disso.
Mas tudo bem, o que eu pretendo aqui é, superficialmente, mostrar como um aumento do número de pessoas com diploma universitário fará com que, no longo prazo, caia a procura pelo chamado ensino superior.
Para entendermos o porquê desta dinâmica, precisamos ter em mente que de todas os postos de trabalho existentes na economia, somente uma parcela requer conhecimentos que um trabalhador adquire na universidade. Essa parcela depende da estrutura da economia, mas é de se esperar que a razão entre o número de trabalhos que requerem universidade e o total de postos de trabalha seja pequena. Assim, com uma demanda por ensino superior maior do que a absorção do mercado de trabalho, é de se esperar que o salário médio dos "bacharéis" caia cada vez mais. Esse salário vai cair até um ponto em que se iguale ao salário médio daqueles trabalhadores sem educação universitária.
Em uma situação como essa, ocorrerá que teremos engenheiros dirigindo táxis e farmacêuticos trabalhando como representantes comerciais. Na verdade isso já está acontecendo com alguns grupos de formados, como o pessoal do bacharelado em direito. O número de formados em direito sem trabalho é enorme, sem contar aqueles milhares que se dedicam a prestar concursos públicos por falta de alternativa.

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