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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Os economistas ficaram mesmo surpresos com as altas nos preços de hoje. E parece que não há muito o que possa ser feito pelo Banco Central para atacar

Os economistas ficaram mesmo surpresos com as altas nos preços de hoje. E parece que não há muito o que possa ser feito pelo Banco Central para atacar a inflação corrente. Segundo Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, o mercado agora olha para o BC como se ele estivesse "correndo atrás da curva", ou seja, atuando para baixar preços já em alta, ao invés de tentar evitar que eles subam.

- Até abril, a impressão era de que o Banco Central estava elevando juros para evitar a alta da inflação, ou seja, estava agindo com cautela, se antecipando. Depois dos índices de hoje, que foram horríveis, a análise é outra: o BC agora está atrasado e vai ter que correr atrás das altas - explicou.

Segundo ele, só uma mudança no cenário internacional poderia ajudar a deter a inflação corrente. Isso significa uma redução dos preços das commodities internacionais, especialmente petróleo e alimentos. O que mais vai influenciar nesse cenário é a diferença entre os juros americanos (2%) e europeu (4%). Quanto maior for essa diferença, mais enfraquecido ficará o dólar. Isso pressionará as commodities e a inflação no mundo.

Subir a Selic agora, ele explica, só começará a surtir efeito no ano que vem:

- Para o BC brasileiro só resta torcer neste final de ano. O que pode ser feito é elevar mais os juros para conter a expectativa de inflação do próximo ano. Já tem gente no mercado prevendo oito altas consecutivas dos juros em 0,50 pontos percentuais. Isso colocaria a Selic em 16,25% no final do primeiro semestre de 2009.

Miriam Leitão

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