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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Calma lá, pessoal: o dragão da inflação é manso

Ok, temos um problema de inflação, é grave e não se pode brincar com isso. A inflação está subindo dos 4,5% de 2007 para algo perto dos 6,5% neste ano. Dois pontos a mais, em apenas um ano, é para preocupar.

Mas também é preciso colocar as coisas em perspectiva: no 14º ano do real, introduzido em junho de 1994, estamos inquietos com uma inflação anual de 6,5% - valor que, antes, a gente fazia em duas semanas, e sem muito esforço.

Convenhamos, portanto: discutimos a inflação de um país com estabilidade macroeconômica. Em comparação com 2007, devemos ter neste ano e no próximo um pouco mais de inflação com um pouco menos de crescimento. Mas tudo dentro da estabilidade geral, sem escalada inflacionária e sem recessão.

Isso, claro, se forem mantidas as bases da política econômica: regime de metas de inflação com BC independente, contas públicas sob controle e endividamento em queda e câmbio mais ou menos flutuante.

Como Lula manteve e avançou nisso tudo, colhendo os frutos, não há por que imaginar que mudaria o curso agora.

Ficamos assim, portanto: toda essa conversa de que se vai combater a inflação com aumento da produção, especialmente de alimentos, é eleitoreira e marketing. Quem vai fazer o serviço é o Banco Central, com a elevação da taxa básica de juros. E se o governo ajudar com contenção de gastos, melhor.

Mas o jogo é Copom na veia.

Carlos Alberto Sardenberg

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