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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Nos balanços, bancos tentam deixar crise financeira para trás

Em dezembro passado, o banco suíço UBS – um dos grandes das finanças globais – anunciou perdas de US$ 10 bilhões em consequência de operações vinculadas ao setor imobiliário dos EUA. Hoje, em um comunicado inesperado e “desconcertante”, segundo definiram alguns analistas, o banco comunicou que as perdas, na verdade, não são de 10, mas de US$ 14 bilhões. Em um mês, aumentaram 40%.

Como não é razoável imaginar que tenha havido um erro de conta, pode-se concluir que foi uma espécie de decisão política da diretoria, a de descarregar todo o prejuízo no balanço do ano passado. Há uma certa flexibilidade na contabilidade. Por exemplo, títulos duvidosos ainda não vencidos podem ser dados como baixa agora ou mais à frente, quando se realizar a inadimplência.

Se a perda for toda concentrada em 2007, isso piora terrivelmente as contas desse ano, mas como que limpa o balanço para o atual período.

E parece ser esta a decisão dos grandes bancos, especialmente daqueles que trocaram sua diretoria. É uma escolha ao estilo de Maquiavel, a de fazer todo o mal de uma só vez e tirar o fantasma da frente.

Se for isso, a crise financeira vai parecer muito pior neste início de ano, quando os bancos publicam seus balanços de 2007. Em compensação, logo depois vai parecer superada.

Uma das duas grandes dúvidas que assustam a economia mundial é justamente o tamanho do prejuízo dos bancos e sua capacidade de sair do buraco. E parece que é a isso que os bancos estão respondendo.

A outra dúvida é sobre o tamanho da desaceleração ou da recessão nos EUA – o tamanho da besta, como já se diz. Mas isso vai demorar mais para saber.

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