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quarta-feira, 14 de maio de 2008

O brasileiro não liga para o seu futuro?

Semana passada participei de um debate sobre independência financeira e planejamento para o futuro. O papo foi ótimo e perceber que cada vez mais jovens se preocupam com isso foi um grande alívio. Ontem, passado o calor da discussão, recebi um telefonema de um amigo que também participara do evento: “Navarro, confira o caderno de investimentos do jornal Valor Econômico“.

Começo a procurar por uma reportagem relacionada ao tema da discussão e, na página D2, finalmente me deparei com a razão de sua preocupação. “Brasileiro é ótimista com relação ao seu futuro financeiro” é a manchete. Cheguei a pensar que a reportagem fosse também demonstrar a evolução vista no debate. Ledo engano.

“O brasileiro de meia-idade não se preocupa com a sua aposentadoria, mas acha que, de algum modo, em sua fase pós-trabalho terá dinheiro para bancar uma situação tão confortável quanto a atual ou até melhor. E, mesmo com as constantes reduções do benefício social, o brasileiro ainda acredita que o governo será a principal fonte de renda para essa sobrevivência confortável”
Essas são as primeiras palavras do texto assinado por Danilo Fariello e baseados em uma pesquisa realizada em 25 países (com 21 mil pessoas entre 40 e 79 anos) e organizada pelo Oxford Institute of Ageing a pedido do HSBC. Vejamos:

45% dos entrevistados ainda não pensaram em sua aposentadoria;
32% esperam um padrão de vida melhor que o atual quando se aposentarem;
30% esperam um padrão de vida semelhante ao atual;
48% não se preocupam em conseguir sobreviver financeiramente na aposentadoria. Tudo vai se resolver.

Vamos recapitular? Um sem número de brasileiros ainda não pensa no que deve fazer hoje para garantir um futuro financeiro tranqüilo. Ainda assim, acreditam que a aposentadoria virá acompanhada de um padrão de vida igual ou melhor que o de hoje. Mais, esperam do governo essa mágica oportunidade. Socorro!

A passividade descrita pela da pesquisa me assustou, confesso. A questão do planejamento e dos objetivos de longo prazo é muito séria. Óbvio, não é ? Pois é, também vejo a população de acordo com essa afirmação. Mas onde está a prática? Onde ficam a atitude e o comportamento diante da necessidade de criar nossas oportunidades futuras?

Com a expectativa de vida crescendo, ficará cada vez mais complicado contar com a Previdência Oficial. Como esperar um padrão de vida melhor se não levarmos em conta as mudanças da economia e as alternativas de investimento disponíveis? A realidade dos números levantados nas entrevistas é perigosa, mas reflete uma ótima oportunidade de mudança. Vamos assumir, agora, a responsabilidade por nosso futuro?

Dinheirama

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